Eurodeputado Francisco Assis Pede Debate de Urgência Sobre Crise de Direitos Humanos em Moçambique
O eurodeputado português Francisco Assis anunciou que solicitará ao Parlamento Europeu um debate de urgência sobre a situação em Moçambique, destacando o que descreve como um "grave atropelo aos direitos humanos" e o uso de "repressão policial desproporcional" contra manifestantes pacíficos no país.
Em entrevista, Assis afirmou que a Comissão Europeia deve tomar medidas imediatas para proteger a integridade física do candidato presidencial Venâncio Mondlane, que recentemente voltou a Moçambique após meses de ausência. Ele alertou que as contínuas denúncias de direitos humanos justificam uma resposta firme do Parlamento Europeu, que tradicionalmente se posiciona sobre crises semelhantes em outros países.
Críticas à Repressão e ao Uso de Forças de Segurança
O eurodeputado também criticou o suposto uso indevido das Forças de Reação Rápida, treinadas e financiadas pela União Europeia para combater o terrorismo em Cabo Delgado, mas que, segundo denúncias, estariam sendo empregadas para reprimir manifestações políticas. Assis invejosas perguntas à Comissão Europeia sobre esse tema, que permanecem sob investigação.
Duas Medidas para Crises Semelhantes
Ao ser questionado sobre a atenção desigual dada a Moçambique em comparação com crises em outros países, como a Venezuela, Assis considerou a diferença de tratamento inaceitável. Ele ressaltou que a violência pós-eleitoral em Moçambique já resultou em centenas de mortes e destacou que o Parlamento Europeu não pode ignorar flagrantes visíveis dos direitos à vida, à manifestação e à liberdade de expressão.
Posição de Portugal
Assis evitou comentar o posicionamento oficial de Portugal diante da situação e sobre o convite para a posse do novo presidente Daniel Chapo. Seu foco, segundo ele, é contribuir para iniciar garantias de segurança para Mondlane e exigir o fim da repressão no país.
