Guerreiros da RENAMO dizem que não reconhecem o presidente Ossufo Momade
Uma nova crise interna abala a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Um grupo identificado como Guerreiros da RENAMO, composto por antigos combatentes e membros armados do partido, declarou publicamente que não reconhece Ossufo Momade como presidente legítimo da organização.
A declaração foi feita esta sexta-feira, através de um comunicado distribuído nas províncias de Sofala e Manica, regiões historicamente consideradas bastiões da oposição. Os guerreiros afirmam que Momade “perdeu o rumo político do partido e traiu os princípios deixados pelo falecido líder Afonso Dhlakama”.
Segundo o porta-voz do grupo, identificado apenas como Comandante Jorge, os dissidentes exigem “um congresso urgente e inclusivo” para a eleição de uma nova liderança que “resgate a verdadeira identidade da RENAMO”. Ele acrescentou que muitos combatentes se sentem abandonados no processo de desarmamento e reintegração, acusando Momade de “agir em aliança com o Governo” e de “não defender os interesses dos ex-combatentes”.
Fontes próximas à direcção nacional da RENAMO afirmam, contudo, que Ossufo Momade continua firme no cargo e encara estas declarações como “manobras de desinformação” com objectivo de desestabilizar o partido.
Analistas políticos consideram que a situação ameaça aprofundar as divisões internas na principal força da oposição, num momento em que o país se prepara para novos ciclos eleitorais e para a consolidação da paz definitiva.
Enquanto isso, observadores apelam ao diálogo interno e à mediação de líderes históricos e religiosos, de modo a evitar uma fragmentação que possa fragilizar o equilíbrio político nacional.
