Reação implacável em Muidumbe deixa dezenas de insurgentes fora de combate
Força local repele ataque em Muidumbe e abate 18 insurgentes
Pelo menos 18 supostos terroristas foram abatidos pela força local no distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, num ataque a uma aldeia local, avançou hoje fonte oficial.
Durante uma ofensiva armada no dia 7 de junho de 2025, na aldeia Magaia, distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, a força local respondeu de forma contundente, resultando na neutralização de 18 elementos do grupo atacante. A informação foi avançada pelo administrador distrital, João Bosco.
Segundo o responsável, a ordem já foi restabelecida na região. No entanto, ele expressou preocupação com indícios de recrutamento de jovens oriundos da província de Nampula para integrarem grupos armados ativos no norte do país.
“Atualmente, o distrito vive em clima de estabilidade, e a população retomou normalmente as suas atividades”, afirmou Bosco.
Na mesma data do incidente, a agência Lusa noticiou o sequestro de nove camponeses por presumíveis insurgentes na zona baixa da aldeia Magaia, também em Muidumbe.
A força local que atuou na defesa da aldeia é formada por antigos combatentes da FRELIMO — veteranos da luta de libertação nacional — que, voluntariamente, voltaram ao combate para defender as comunidades contra os ataques insurgentes que assolam Cabo Delgado desde 2017.
Esses combatentes têm sido fundamentais no apoio às operações militares, com a vantagem de conhecerem bem o terreno onde o conflito se desenvolve.
Insurgência persiste em Cabo Delgado
A província de Cabo Delgado, rica em recursos naturais, enfrenta uma insurgência armada desde outubro de 2017, protagonizada por grupos extremistas associados ao autoproclamado Estado Islâmico. Esses ataques já forçaram o deslocamento de mais de um milhão de pessoas.
Em 2024, estima-se que pelo menos 349 pessoas perderam a vida em ações levadas a cabo por grupos extremistas islâmicos, o que representa um aumento de 36% em comparação ao ano anterior. Os dados são do Centro de Estudos Estratégicos de África, ligado ao Departamento de Defesa dos EUA.
Recentemente, o Estado Islâmico reivindicou ataques a posições militares em Macomia e Muidumbe, alegando ter provocado, respetivamente, a morte de 10 e 11 militares moçambicanos. Tais informações, no entanto, não foram confirmadas oficialmente.
O aumento das incursões armadas coincide com o anúncio da petrolífera TotalEnergies sobre o possível reinício do megaprojeto de exploração de gás natural liquefeito em Cabo Delgado, avaliado em 20 mil milhões de dólares.
Ataques também foram registados, em abril, numa reserva na província de Niassa, deixando pelo menos dois mortos. Em maio, um navio de investigação russo foi atacado ao largo da costa de Cabo Delgado, numa área frequentemente visada por grupos armados que também têm atacado pescadores locais.
