EUA suspendem apoio à circuncisão em Moçambique

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez seu primeiro discurso no Congresso americano na noite de terça-feira (4) em Washington, onde criticou a administração anterior por, segundo ele, fazer mau uso de recursos do governo dos EUA. Durante sua fala de quase uma hora e quarenta minutos, Trump mencionou Moçambique como exemplo de um país onde houve um desperdício de dinheiro americano, citando o caso de 10 milhões de dólares destinados a programas de circuncisão masculina.

Trump afirmou: “Conseguimos fazer em poucos dias o que muitos governos não conseguiram em anos. Estamos apenas começando”, enfatizando sua abordagem para reverter o que considera um uso ineficiente dos fundos públicos.

Em sua gestão, o presidente americano também mencionou o cancelamento de pelo menos 15 programas em países da África, Ásia e Europa, o que comprometeria a execução de projetos de saúde, como no caso do combate ao HIV/SIDA. O Departamento de Eficiência do Governo dos EUA (DOGE), sob a liderança de Elon Musk, já havia anunciado a suspensão do programa de apoio à circuncisão masculina em Moçambique, no valor de 10 milhões de dólares.

Apesar das mudanças, o embaixador americano em Maputo, Peter H. Vrooman, garantiu que os EUA continuarão a apoiar Moçambique em projetos humanitários. Ele mencionou que alguns projetos, como os de PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos EUA para a Luta contra a SIDA) e a distribuição de antirretrovirais, não foram afetados pela suspensão. Vrooman afirmou: “Continuaremos nossos programas para salvar a vida de dois milhões de moçambicanos que vivem com HIV”.

A USAID, agência de ajuda humanitária dos EUA, que gerencia grande parte da assistência externa, também foi suspensa e encontra-se em reestruturação.