Eleições e Revolta: Onda de Manifestações Deixa Zambézia em Alerta

Protestos violentos na Zambézia resultam em destruição e saques

Eleições e Revolta: Onda de Manifestações Deixa Zambézia em Alerta

Os protestos contra os resultados das eleições em Moçambique continuam intensos, especialmente na província da Zambézia, onde atos de vandalismo e confrontos têm sido registrados em diversas localidades.

Desde sábado (01/03), manifestantes realizaram bloqueios e depredações tanto no sul quanto no norte da província. Em Inhassunge, postes de alta tensão foram derrubados como forma de protesto contra a falta de eletricidade, e estradas foram bloqueadas para impedir a chegada da Unidade de Intervenção Rápida (UIR).

Na vila de Chinde, um grupo de manifestantes invadiu a residência do administrador local e saqueou armazéns do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), onde estavam armazenados produtos alimentares. Uma testemunha relatou que a onda de violência começou no domingo (02/03):
"Eu estava no hospital carregando o telefone quando vi o tumulto. Pensei que fosse algo sem importância, mas logo depois destruíram o muro da casa do diretor de infraestrutura, atacaram a sede da FRELIMO e incendiaram a casa do chefe do posto."

Tensão em Coromana

Na madrugada de segunda-feira (03/03), a localidade de Coromana, no distrito de Mulumbo, também foi palco de protestos. A polícia interveio, e há relatos de feridos e até possíveis mortes, embora as autoridades ainda não tenham confirmado.

O chefe do posto administrativo de Coromana, Calvo Ernesto, afirmou que ele próprio foi alvo dos manifestantes, que exigiram sua demissão:
"Invadiram minha casa, levaram bens e queimaram todos os colchões. Eu e minha família tivemos que fugir para garantir nossa segurança."
Segundo Ernesto, os protestos foram conduzidos por simpatizantes do partido PODEMOS, que supostamente querem indicar um novo chefe para o posto administrativo.

A DW tentou entrar em contato com representantes do partido, mas não obteve resposta.

Resposta das autoridades

A Polícia da República de Moçambique afirmou não ter informações oficiais sobre os recentes protestos. De acordo com a porta-voz do comando provincial da Zambézia, Belarmina Henriques, a corporação só se pronunciará quando tiver relatos diretos dos locais afetados.

Enquanto isso, um contingente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) foi enviado na tarde de segunda-feira para reforçar a segurança na ilha de Chinde, um dos focos da crise.
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