"Sem Venâncio Mondlane, não há solução": Muchaiabande critica negociações em Moçambique
Cismo Muchaiabande alerta que negociações sem Venâncio Mondlane não trarão soluções eficazes
Nampula – O ativista social Cismo Eduardo Muchaiabande considera que as negociações sobre uma crise pós-eleitoral em Moçambique não terão sucesso sem a participação de Venâncio Mondlane, ex-candidato apoiado pelo partido PODEMOS. Para ele, Mondlane é peça-chave para um diálogo produtivo e a resolução do impasse político.
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (03), Muchaiabande destacou que os impactos da crise pós-eleitoral vão além da esfera política, afetando a sociedade em diversas frentes, incluindo perdas de vidas humanas, dificuldades financeiras e problemas ambientais.
Apesar dos diálogos em curso entre os partidos políticos com representação parlamentar e os órgãos locais, ele acredita que a exclusão de Mondlane compromete a efetividade da divulgação. “Estamos diante de um erro grave. Há interesses particulares sendo colocados acima do direito eleitoral. Quem está questionando os resultados não é apenas Venâncio Mondlane, mas o povo moçambicano, que exige respeito pelo seu voto”, argumentou.
Muchaiabande reforçou que a ausência do político no processo de negociação configura uma violação dos direitos humanos. “O que vimos são protestos nas ruas, pneus queimados e um ambiente de tensão que prejudica a economia e o meio ambiente. Ignorar essa realidade só agrava a situação”, afirmou.
O ativista criticou a condução das negociações pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições, Dom Carlos Chapo, e afirmou que ele deveria buscar um diálogo direto com Venâncio Mondlane. “Reunir-se com figuras como Ossufo Momade, representantes da Nova Democracia ou do MDM não resolverá nada. Esses não estão no centro da questão, mas sim buscando interesses próprios. O foco deveria estar em uma solução concreta para uma crise.”
Por fim, Muchaiabande alertou que a crise política tem consequências semelhantes a um estado de guerra, mesmo sem confrontos armados. “A guerra não é apenas pegar em armas. O aumento do custo de vida, a destruição das infraestruturas e a insegurança social são reflexos desse conflito. O governo precisa priorizar a vida das pessoas, pois sem cidadãos, não há nação”, concluiu.
