Membro da RENAMO sobreviveu a tentativa de homicídio e acusa “esquadrão da morte”
Membro da RENAMO sobreviveu à tentativa de homicídio e acusa "esquadrão da morte"
Opositor político moçambicano Carlos Barbosa, membro da RENAMO e ex-apoiante de Venâncio Mondlane, relata em entrevista exclusiva como sobreviveu a um atentado em Moatize, no início de janeiro deste ano. Ele afirma ter sido alvo de um ataque por parte do chamado “esquadrão da morte”, um grupo que, segundo denúncias, foi perseguido e eliminado opositores políticos no país.
Uma noite de terror em Moatize
O ataque ocorreu no dia 5 de janeiro de 2025, quando Barbosa estava sentado em frente ao seu estabelecimento comercial. Segundo o relato, um veículo Mahindra preto passou pelo local e, logo depois, uma viatura de cabine dupla branca parou a poucos metros de onde ele estava. “Pensei que eram clientes do meu filho, que é estofador, mas, de repente, abriram o vidro, apontaram uma arma e saíram a disparar”, contou.
Foram disparados mais de oito tiros, alguns atingindo a estrutura onde ele estava sentado. "Não sei como escapari. Quando me dei conta, estava deitado no chão. Minha família já vinha a correr, chorando, achando que eu estava morto", lembrou.
Motivações políticas por trás do ataque?
Para Carlos Barbosa, não há dúvidas de que o atentado teve motivações políticas. Ele acredita que o seu envolvimento na RENAMO e o apoio a Venâncio Mondlane alcançaram um alvo. “Sempre atraii multidões, desde o tempo de Afonso Dhlakama. Acredito que a FRELIMO não gostou de ver minha popularidade crescer”, afirmou.
Após o ataque, Barbosa entrou em contato com um comandante policial local, que lhe aconselhou a deixar a região por questões de segurança. Desde então, ele vive escondido fora do país.
"Esquadrões da morte existem e são controlados pela polícia"
O opositor afirma que os chamados "esquadrões da morte" existem e são formados pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR), um braço das forças de segurança moçambicanas. “O governo da FRELIMO está por trás disso. Querem eliminar as lideranças da oposição”, denunciou.
Agora, Carlos Barbosa teme pela própria vida e pela segurança de sua família. “Se algo me acontecer, o mundo deve saber que a FRELIMO continua a perseguir e matar opositores”, concluiu.
