Xivotsongo: O Veneno Barato que Destrói Jovens e Expõe a Impunidade do Mercado Clandestino

A produção e comercialização de bebidas alcoólicas de baixo custo, conhecidas como “Xivotsongo”, tornaram-se uma ameaça silenciosa à saúde pública em Moçambique.

Xivotsongo: O Veneno Barato que Destrói Jovens e Expõe a Impunidade do Mercado Clandestino

Fabricadas sem qualquer controlo de qualidade e vendidas a preços acessíveis, essas bebidas estão a devastar a juventude e a expor falhas no sistema de fiscalização.

Essas misturas, compostas basicamente por água, álcool e corantes, são produzidas em fábricas clandestinas e comercializadas em bairros periféricos, mercados e até mesmo em hospitais. Durante recentes manifestações violentas, muitos jovens foram vistos sob o efeito desta bebida, o que, segundo especialistas, pode ter potencializado atos de vandalismo e agressividade.

A produção ilegal de “Xivotsongo” é, supostamente, controlada por redes de cidadãos estrangeiros, incluindo indianos, chineses e portugueses, que operam fábricas escondidas em áreas como Matola e Machava. Apesar do conhecimento das autoridades, incluindo a Inspeção Nacional das Atividades Económicas (INAE), o negócio continua intocado devido a alegações de corrupção e proteção de figuras influentes.

Um levantamento da TORRE.News revelou que estas bebidas são consumidas até em hospitais, com pacientes solicitando garrafas aos familiares para “ajudar a dormir”, o que compromete a recuperação e encarece os tratamentos. A diretora-geral da INAE, Ana Rita Freitas, reconhece a gravidade da situação, mas alega que a falta de regulamentação específica dificulta a fiscalização.

A Associação dos Produtores e Importadores de Bebidas Alcoólicas (APIBA) denuncia que os fabricantes de “Xivotsongo” não pagam impostos nem seguem normas de produção, operando com endereços falsos e sem selo de certificação oficial.

Histórias como a de Chiquito, de 23 anos, ilustram os impactos trágicos dessa bebida. O jovem, que começou a consumir por influência de amigos, acabou desenvolvendo uma dependência que lhe causou uma grave doença hepática, levando-o à morte precoce.

Enquanto não forem tomadas medidas concretas para regulamentar e fiscalizar esse mercado, o “Xivotsongo” continuará a se espalhar, levando mais jovens à dependência e agravando a crise social e sanitária no país.
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