Grã-Bretanha Avalia Retirada do Projeto de Gás em Cabo Delgado
O governo britânico está a considerar abandonar o investimento no projeto de gás natural em Cabo Delgado, Moçambique, confirmou Patrick Pouyanne, diretor executivo da TotalEnergies.
A informação foi divulgada inicialmente pelo Financial Times e posteriormente divulgada por Pouyanne durante uma conferência de imprensa em Paris, na quarta-feira (5).
De acordo com o executivo, o Reino Unido havia se comprometido anteriormente com um investimento entre 800 milhões e 1.000 milhões de dólares no projeto. A agência governamental UK Export Finance (UKEF) tinha aprovado, em 2020, um pacote de empréstimos e garantias financeiras para bancos e empresas britânicas envolvidas no desenvolvimento da infraestrutura de gás.
Pressões e Incertezas
Uma fonte citada pelo Financial Times revelou que o primeiro-ministro britânico procura uma forma de evitar o cancelamento do investimento, mas teme implicações legais caso prossiga com o projeto.
As Organizações Ambientais do Reino Unido apontam que, em conformidade com os compromissos climáticos reforçados na COP 26, o projeto pode ser considerado ilegal, uma vez que o país se comprometa a reduzir investimentos em combustíveis fósseis.
Contudo, uma outra fonte oficial indicou que a principal preocupação não é ambiental, mas sim uma instabilidade na região de Cabo Delgado, descrevendo a situação como um “pesadelo”.
Outros Países Também Reavaliaram Participação
Além do Reino Unido, a Agência de Crédito Holandesa está a rever a situação dos direitos humanos e da violência em Cabo Delgado antes de decidir se manterá o seguro de crédito de 1.000 milhões de euros para o projeto.
O Financial Times também informou que, no ano passado, o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Joe Biden, decidiu renovar um financiamento de 4.700 milhões de dólares para o empreendimento.
Patrick Pouyanne manifestou a expectativa de que a administração norte-americana possa restaurar a aprovação do empréstimo nas próximas semanas, permitindo a continuidade do investimento na exploração de gás liquefeito (GNL) no norte de Moçambique.
