Morgue do Hospital Central de Nampula ultrapassa capacidade devido a mortes em manifestações eleitorais
A Morgue do Hospital Central de Nampula ultrapassa a capacidade devido às mortes em manifestações eleitorais
A morgue do Hospital Central de Nampula (HCN) enfrentou superlotação, impulsionada pelo aumento de óbitos resultantes das manifestações contra os resultados das eleições municipais na fase Turbo V8.
Nas últimas 38 horas, 116 feridos deram entrada no HCN, dos quais 21 não resistiram, segunda informações do diretor da unidade, Cachimo Mulima.
Situação Crítica no HCN
Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (25), Mulima revelou que, entre as 21 mortes registradas, 17 corpos chegaram sem sinais de vida ao hospital, enquanto quatro pacientes faleceram devido à gravidade dos ferimentos após serem internados. Com essa quantidade de corpos, um necrotério está operando acima de sua capacidade máxima.
Dos feridos que chegaram ao hospital, 31 foram internados em diferentes serviços, incluindo ortopedia, cirurgia geral e reanimação. Desses, 12 passaram por cirurgias, enquanto quatro estão em cuidados intensivos. Três crianças que apresentaram danos já foram recebidas alta.
“O que chamou nossa atenção foi o número elevado de corpos provenientes da comunidade. Muitos morreram por ferimentos de bala, enquanto outros faleceram logo após chegarem ao banco de socorro”, destacou Mulima.
Falta de Sangue Agrava a Situação
O diretor do HCN também alertou para a escassez crítica de sangue no hospital. Atualmente, a unidade contém apenas 70 bolsas de sangue, embora seja necessário pelo menos 200 para atender à demanda. Desde o início dos confrontos, aproximadamente 40 bolsas foram utilizadas para tratar os feridos.
“Não conseguimos realizar campanhas de doação nas comunidades devido às restrições de acesso e à insegurança. Apelamos à solidariedade da população para que compareçam ao HCN e façam doações de sangue”, pediu Mulima.
Policiais Entre as Vítimas
Entre os 21 mortos, dois eram membros da Polícia da República de Moçambique (PRM), evidenciando a gravidade dos confrontos.
As manifestações, marcadas pela violência, continuam a impactar severamente os serviços de saúde de Nampula, trazendo desafios importantes para o atendimento médico e a gestão de recursos.
