Moçambique e Angola os mais "desrespeitosos" no serviços de Saúde
Angola e Moçambique entre os Países com Mais Desafios no Acesso a Serviços Públicos
Um estudo divulgado pelo Afrobarómetro nesta quarta-feira, 20 de dezembro, coloca Angola e Moçambique entre os países com maiores dificuldades e desrespeito no acesso aos serviços públicos essenciais. A pesquisa, que abrangeu dados de 39 países africanos entre 2021 e 2023, avalia questões relacionadas à dignidade e respeito no atendimento público, destacando o impacto negativo no acesso a serviços de saúde, educação e emissão de documentos.
No relatório intitulado “Dignidade e Respeito nos Serviços Públicos em África: Um Fator Invisível no Compromisso de Não Deixar Ninguém para Trás”, Angola e Moçambique aparecem como os países lusófonos com os piores índices, enquanto Cabo Verde é citado como um dos melhores colocados.
Principais Resultados em Angola e Moçambique
Em Angola, 46% dos entrevistados relataram desrespeito ao buscar documentos de identidade, 48% em serviços de saúde, 44% em interações com a polícia e 34% no setor educacional. Já em Moçambique, 45% relataram desrespeito em serviços de identidade, 46% em saúde, 37% em contato com autoridades e 41% no ensino público.
Esses números refletem não apenas a dificuldade de acesso aos serviços governamentais, mas também um padrão de atendimento frequentemente percebido como desrespeitoso. Segundo o Afrobarómetro, essas experiências levam os cidadãos a desconfiar das lideranças políticas, reduzir o apoio à democracia e demonstrar insatisfação com a governança.
Jovens e Pobres São os Mais Impactados
A pesquisa destaca que os jovens e as populações mais pobres enfrentam os maiores desafios no acesso a serviços básicos, incluindo saúde e documentos de identidade. Esses grupos também são os mais propensos a relatar experiências de desrespeito, agravando sua exclusão social e econômica.
Contraste com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe
Entre os países lusófonos, Cabo Verde apresentou os melhores indicadores, com apenas 9% dos cidadãos relatando desrespeito em serviços de identidade e 17% em saúde. São Tomé e Príncipe teve resultados medianos, com números ainda mais baixos que Angola e Moçambique.
O estudo reforça a necessidade de reformas nos serviços públicos na África, com foco na profissionalização do atendimento e no respeito aos direitos dos cidadãos.
