Decisão do Conselho Constitucional Pode Intensificar Protestos em Moçambique
Possível Escalada nos Protestos com Decisão Eleitoral do Conselho Constitucional
O futuro político de Moçambique continua incerto à medida que se aproxima o dia 23 de dezembro, data em que o Conselho Constitucional (CC) anunciará a decisão final sobre os resultados das eleições de 9 de outubro. A disputa eleitoral, marcada por protestos em todo o país e denúncias de irregularidades, coloca o governo e a oposição em uma tensa espera.
Os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) apontaram a vitória de Daniel Chapo, da FRELIMO, com 70,67% dos votos, enquanto Venâncio Mondlane, apoiado pelo PODEMOS, ficou em segundo lugar com 20,32%. No entanto, a oposição questiona a legitimidade dos números e exige recontagem ou repetição do pleito.
"Pico dos Protestos Pode Ainda Estar por Vir"
Hilário Chacate, analista político, afirmou que a validação dos resultados pelo CC pode intensificar os protestos no país. "O pico das manifestações ainda pode não ter ocorrido. Se os resultados forem confirmados sem atender às reivindicações da oposição, a tensão nas ruas pode aumentar", explicou Chacate em entrevista.
Ele também destacou que a repetição das eleições seria a solução mais sensata, conforme defendido pela Ordem dos Advogados de Moçambique. No entanto, o país enfrenta desafios financeiros significativos, já que nem mesmo os custos do último processo eleitoral foram quitados.
A "Verdade Eleitoral" e os Riscos de Governabilidade
Venâncio Mondlane e seus apoiadores afirmam que os resultados não refletem a "verdade eleitoral". Segundo Chacate, a ausência de condições para reconstituir os votos legítimos deixa o Conselho Constitucional em uma posição delicada. "Qualquer decisão que não reconheça Venâncio Mondlane como vencedor pode levar a novas manifestações populares", alertou.
Além disso, Chacate questionou a capacidade da FRELIMO de continuar governando diante da crescente popularidade de Mondlane e da insatisfação popular generalizada. "Ignorar esse cenário pode tornar a governabilidade do país insustentável", concluiu.
Protestos e Governos de Unidade Nacional
Especialistas sugerem que um governo de unidade nacional poderia ser uma solução viável para acalmar os ânimos e estabilizar o país. No entanto, essa proposta enfrenta resistência de ambos os lados.
Com os próximos dias sendo decisivos para o futuro político de Moçambique, o cenário permanece incerto. Enquanto o Conselho Constitucional analisa os dados submetidos, os cidadãos aguardam ansiosamente por uma decisão que pode definir o rumo das tensões políticas e sociais.
