TANZÂNIA EM CHAMAS: AGINAL ESSES TAMBÉM SOFREM BURLAS ELEITORAIS?
A Tanzânia vive dias de grande tensão política. Milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades, incluindo Dar es Salaam, Dodoma e Arusha, para protestar contra alegadas injustiças e fraudes nas últimas eleições gerais.
As manifestações, inicialmente pacíficas, transformaram-se em confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. De acordo com organizações locais de direitos humanos, pelo menos 15 pessoas morreram e centenas ficaram feridas nos últimos três dias.
Os protestos começaram após partidos da oposição denunciarem que o processo eleitoral foi “manipulado a favor do partido governante”, alegando irregularidades na contagem de votos e na exclusão de observadores independentes.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ruas em chamas, barricadas e confrontos com a polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo e balas de borracha. Em algumas cidades, edifícios públicos e sedes partidárias foram incendiados.
O presidente Samia Suluhu Hassan fez um apelo à calma, prometendo investigar as denúncias, mas líderes da oposição afirmam que só aceitarão “uma nova contagem transparente” supervisionada por observadores internacionais.
A Comunidade da África Oriental (EAC) e a União Africana expressaram preocupação com a escalada da violência, pedindo diálogo entre o governo e os opositores para evitar que o país mergulhe numa crise política profunda.
> “A Tanzânia está em chamas — não por fogo, mas por frustração e sede de justiça”, declarou o ativista cívico Juma Mwakyembe, durante uma vigília em Dodoma.
As autoridades impuseram toques de recolher noturnos em várias regiões e bloquearam temporariamente o acesso às redes sociais, numa tentativa de conter a disseminação de vídeos e informações sobre os protestos.
O futuro político da Tanzânia, até então vista como um dos países mais estáveis da África Oriental, parece agora incerto diante de um clima de desconfiança
e revolta popular.
