CIP vê risco de corrupção na Central de Aquisições criada por Daniel Chapo

Alerta CIP sobre riscos de corrupção na nova Central de Aquisições do Estado de Moçambique

CIP vê risco de corrupção na Central de Aquisições criada por Daniel Chapo

O Centro de Integridade Pública (CIP) expressou preocupação sobre a criação da Central de Aquisições do Estado, anunciada pelo presidente Daniel Chapo após sua posse, atualizando a Unidade Gestora Executora das Aquisições (UGEA). O CIP alerta que esta nova instituição pode se tornar um “epicentro para a centralização da corrupção”, potencializando práticas clientelistas e políticas de favorecimento.

Em um relatório detalhado, o CIP aborda diversos riscos, incluindo desafios relacionados à transparência e integridade nos setores público e privado, governança ambiental e combate à corrupção. A organização alerta que, embora a Central de Aquisições tenha o objetivo de aumentar a transparência, ela pode ser manipulada para favorecer interesses políticos, principalmente dentro de uma rede clientelista sustentada por figuras de poder, o que poderia agravar ainda mais a corrupção.

Além disso, o CIP destacou o impacto de instabilidades políticas e econômicas, principalmente na indústria extrativa, e os riscos associados à dependência de mercados externos, como a China, a Índia e a África do Sul. A organização também alertou que a implementação das reformas prometidas por Daniel Chapo pode ser dificultada pela sua ascensão política, que envolve práticas controversas e dependentes da máquina estatal.

Embora o presidente tenha prometido descentralização e combate à corrupção, o CIP questiona as reformas sem uma estrutura jurídica robusta e sem autonomia política para as novas instituições, como a Central de Aquisições. Além disso, há o risco de conflito de protagonismo entre governadores e secretários de Estado nas províncias, o que pode dificultar a implementação das promessas de descentralização e modernização administrativa.

Por fim, o CIP conclui que as promessas feitas por Chapo, sem diretrizes claras e mecanismos de implementação práticas, não podem se concretizar no curto e médio prazo, se não houver uma verdadeira independência e transparência nas decisões governamentais.
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