Gestão de Caifadine Manasse no FPD: Ousadia ou Perigo?

Caifadine Manasse: O Ministro Sob Riscos e Desafios

Gestão de Caifadine Manasse no FPD: Ousadia ou Perigo?

O novo ministro da Juventude e Desportos, Caifadine Manasse, tem surpreendido ao tomar uma decisão ousada: assumir a gestão direta do Fundo de Promoção Desportiva (FPD), uma instituição pública em situação crítica, principalmente devido à má conservação do Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ). O FPD, responsável por fomentar o desenvolvimento do desporto em Moçambique, é agora alvo de atenções, e sua gestão tem gerado duas percepções: uma expectativa de que Manasse poderá restaurar a credibilidade da instituição, e o temor de que sua atitude, se não bem-sucedida, possa comprometer ainda mais sua imagem e sua carreira política.

Manasse, ao tomar as rédeas do FPD, se distanciou do habitual processo de nomeação de diretores, e optou por uma abordagem mais direta, utilizando a Lei 7/2012, que lhe permite a "tutela substitutiva". Esta atitude foi vista como ousada e arriscada, já que pode trazer resultados positivos ou fracassar e prejudicar ainda mais a imagem do ministério.

Outro movimento polêmico de Manasse foi a decisão de afastar Amélia Cabral, que até então geria o FPD, mantendo-a, no entanto, dentro da estrutura. Este gesto foi interpretado como um sinal de coragem, mas também um risco de se afundar caso a situação no FPD não melhore. Além disso, o ministério tem como desafios externos a crescente crise no setor da juventude, marcada por altos índices de desemprego e delinquência juvenil.

A pasta da Juventude e Desportos tem sido considerada uma das mais difíceis de gerir, com muitos ministros tendo saído do cargo frustrados com os obstáculos encontrados. Gilberto Mendes, ex-ministro, deixou claro ao novo gestor da pasta as "cascas de banana" presentes na estrutura, referindo-se aos desafios que o FPD enfrenta, incluindo o controle de setores influentes dentro da política e do desporto.

Além da infraestrutura do ENZ, que tem sido alvo de críticas e inspeções negativas da Confederação Africana de Futebol (CAF), outras situações também colocaram os gestores do desporto em situações desconfortáveis. Como exemplo, o caso do antigo ministro Alberto Nkutumula, que foi pego de surpresa durante uma visita presidencial, revelando falhas graves na manutenção do estádio, como a existência de uma discoteca escondida e instalações de higiene precárias.

A gestão de Caifadine Manasse está, portanto, sob forte escrutínio. Seus passos à frente podem redefinir a imagem do desporto em Moçambique, mas também colocam em risco sua estabilidade política, dependendo de como conseguir lidar com os desafios históricos e as pressões internas do setor.
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