Moçambicanos Refugiados no Malawi Iniciam Retorno a Casa Após Violência Pós-Eleitoral
Os cidadãos moçambicanos que buscam refúgio no Malawi devido à onda de violência desencadeada pelas contestações eleitorais em Moçambique já estão começando a regressar ao seu país. A informação foi divulgada à DW pelo Alto Comissário de Moçambique no Malawi, Alexandre Manjate.
De acordo com Manjate, mais de 13.000 moçambicanos fugiram para o Malawi após os distúrbios relacionados com a contestação da eleição presidencial por parte de Venâncio Mondlane. Actualmente, cerca de 7.330 refugiados permaneceram na região de Nsanje, no sul do Malawi.
Em entrevista, o diplomata revelou que o Governo moçambicano está trabalhando para criar condições adequadas para o retorno dos cidadãos. "Estamos em processo de apoio. Muitos refugiados querem voltar para casa, e alguns pedem ajuda para que possamos garantir as condições permitidas para o seu retorno", afirmou Manjate.
Os moçambicanos ainda no Malawi recebem apoio de diversas organizações internacionais, como o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), além do apoio dos Governos de Moçambique e Malawi. As assistências incluem alimentos, tendas, cobertores e cuidados de saúde.
Manjate explicou que o número de refugiados diminuiu consideravelmente desde o pico de 13.000, com muitos já retornando às suas regiões de origem em Moçambique. O apoio também tem sido direcionado para a assistência básica à saúde, com clínicas sendo montadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no campo de refugiados.
O fluxo de refugiados foi causado pela violência que ocorreu após as eleições, com confrontos entre apoiantes de Venâncio Mondlane e do partido FRELIMO, do candidato Daniel Francisco Chapo. Como Mutarara é uma região fronteiriça, muitos atravessaram para o Malawi em busca de segurança. No entanto, a situação tem-se estabilizado gradualmente, o que tem permitido o retorno dos refugiados.
O Governo moçambicano está a trabalhar para garantir condições mínimas de vida aos retornados, como habitação e meios de transporte para as suas áreas de origem. A ACNUR considera esse fluxo de refugiados como uma situação temporária, com a expectativa de que, nos próximos meses, o retorno completo seja possível.
