Futuro do PODEMOS Sem Mondlane
Assessor de Mondlane Acusa Partido de Traição
Dinis Tivane, assessor do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, anunciou o rompimento com o partido PODEMOS, acusando a direção da sigla de "trair a luta do povo" ao aceitar posse na Assembleia da República. No comunicado intitulado "Nem tudo na vida é dinheiro e posição", Tivane criticou a postura do partido liderado por Albino Forquilha, afirmando que a luta política deveria priorizar a salvação de Moçambique, e não benefícios materiais ou ganhos financeiros à custa do sofrimento da população.
O analista moçambicano José Malaire comentou o impacto dessa decisão, destacando que o PODEMOS deve a sua relevância à popularidade de Mondlane. Segundo ele, sem o ex-candidato, o partido perderá legitimidade popular e poderá enfraquecer no parlamento.
Para Malaire, o PODEMOS enfrentar um grande desafio após essa separação. “Sem Mondlane, ninguém conheceria o PODEMOS. Agora, o partido pode se tornar irrelevante na Assembleia da República e acabar perdendo sua base de apoio", afirmou. Ele prevê que o PODEMOS explorará sua posição como a segunda maior bancada parlamentar, mas que, sem o respaldo popular de Mondlane, poderá acabar sem direção clara e sem impacto significativo.
O analista também acredita que Mondlane deveria ter criado o seu próprio partido já em 2023, após o seu afastamento da RENAMO. Segundo ele, esta decisão poderia ter garantido ao ex-candidato uma forte representação parlamentar e uma posição de maior destaque como líder da oposição em Moçambique.
Aproveitamento Político?
Malaire também revelou que muitos dos eleitos pelo PODEMOS são figuras desconhecidas que agora veem na política uma oportunidade de ascensão social. Ele sugere que a sigla se aproveitou da popularidade de Mondlane para chegar ao poder, mas que, sem ele, corre o risco de se desestruturar rapidamente.
“Se o partido não conseguir se firmar de forma independente, sem Mondlane, poderá acabar como um tempo que vence um campeonato de surpresa e depois desaparece”, concluiu.
