Terroristas e Traficantes Libertados em Ação Suspeita
No dia 25 de dezembro de 2024, ocorreu uma fuga em larga escala envolvendo a Cadeia Central de Maputo e a Cadeia de Máxima Segurança, conhecida como BO, ambas situadas na Matola, Província de Maputo, no sul de Moçambique. As duas prisões são separadas apenas por uma parede de colocação.
Ao todo, 1.534 prisioneiros escaparam, configurando o maior episódio de evasão carcerária já registrado no país em termos numéricos. Durante as operações de resposta, 34 detentos foram mortos, e alguns dias após o incidente, as autoridades confirmaram a recaptura de mais de 322 fugitivos.
O evento resultou em graves danos à infraestrutura da Cadeia Central, incluindo a destruição de sistemas que armazenavam informações prejudicadas sobre os reclusos. Isso afirmou suspeitas de que a fuga poderia ter sido facilitada com o propósito específico de libertar certos grupos de presos.
Entre os fugitivos estavam pessoas envolvidas em atividades de terrorismo e extremismo violento em Cabo Delgado, além de sequestradores e traficantes de drogas. Esses indivíduos eram mantidos em áreas controladas do BO, e acredita-se que o caos provocado na Cadeia Central serviu como distração para encobrir a verdadeira intenção de liberar este grupo específico.
Os relatórios demonstram que a execução e o planejamento da fuga podem ter contado com a participação de figuras importantes dentro do Estado moçambicano, demonstrando a existência de uma rede de cumplicidade nos mais altos níveis do governo e do partido Frelimo.
Devido à gravidade do ocorrido e às suas potenciais implicações para a segurança nacional, tornou-se urgente a necessidade de uma investigação aprofundada.
Este relato preliminar é visto como uma base para futuras investigações forenses sobre os eventos de 25 de dezembro de 2024 nas duas prisões. A apuração envolveu entrevistas com 39 informantes, incluindo prisioneiros, guardas do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), médicos do Hospital Central de Maputo (HCM) e moradores próximos às prisões.
