Reconciliação "inicia com Chapo e Mondlane"
Em declarações à CNN Portugal, Chapo afirmou que o plano de ações do seu Governo é independente das propostas de Mondlane, embora tenha reconhecido que algumas delas são "interessantes". Já Sheila Kahn, socióloga e professora na Universidade Lusófona do Porto, defende, em entrevista à DW África, que ambos os líderes têm a responsabilidade de trabalhar pela reconciliação nacional. Para ela, é essencial abrir um novo capítulo político, caracterizado pelo diálogo e pela reparação.
Chapo, empossado no dia 15 de janeiro, enfrenta um país com desafios econômicos significativos. Segundo Kahn, a construção de um futuro de paz exige compromisso e patriotismo, enfatizando que tanto Chapo quanto Mondlane compartilham o objetivo comum de resolver a atual crise. Embora ocupem diferentes posições de poder — Chapo à frente do Governo e Mondlane com um papel de liderança popular —, a socióloga acredita que a disposição ao diálogo pode trazer avanços para a estabilidade política.
O reconhecimento por parte de Chapo de que algumas propostas de Mondlane são viáveis indica uma possível abertura para negociações. No entanto, ainda há um longo caminho para superar as feridas deixadas pelo recente período de instabilidade. Conforme Kahn aponta, a paz só será alcançada se for baseada no respeito à dignidade humana, um desejo amplamente compartilhado pela população moçambicana.
