Novo Governo de Moçambique Levanta Ceticismo e Criticas da Oposição
A formação do novo Governo de Moçambique, liderado pelo Presidente Daniel Chapo, não atendeu às expectativas de muitos, especialmente em relação à criação de um Governo de Unidade Nacional (GUN). Com a nomeação de ministros experientes, mas com um histórico ligado ao governo atual, alguns analistas, como o jornalista Fernando Lima, expressaram desapontamento, afirmando que "não ficaram muito impressionados" com as escolhas, considerando difícil que a nova equipe atenda às altas expectativas criadas pelo Presidente.
Fernando Lima, no entanto, afirmou que todos merecem o benefício da dúvida e espera que o Governo tenha uma boa performance, mas destaca que será necessário observar se os novos ministros estarão à altura dos desafios que o país enfrenta.
A oposição, especialmente a RENAMO, também expressou forte desaprovação. Marcial Macome, porta-voz do partido, afirmou que o novo Governo carece de legitimidade, pois os resultados eleitorais são contestados. A RENAMO vê os nomes do novo Executivo como representantes da "má governação" que levou a população a protestos nas ruas.
A inclusão de outras forças políticas no Governo foi uma esperança de muitos para mitigar a crise pós-eleitoral, mas a falta de um GUN aumentou a tensão política. Fernando Lima acredita que a continuidade do diálogo entre o Governo e a oposição pode ajudar a mitigar essas tensões, mas destaca que a FRELIMO, que está no poder há quase 50 anos, tem demonstrado pouca disposição para dividir o poder.
A RENAMO considera que a FRELIMO carece de espírito de pacificação, citando a intolerância histórica do partido como um obstáculo para a construção de um Governo inclusivo. Macome ainda ressaltou que, apesar da FRELIMO e seu candidato serem reconhecidos legalmente, o atual Governo enfrenta um desafio significativo em termos de aceitação popular, o que poderá dificultar a sua performance positiva se não forem realizadas reformas substanciais.
