Maputo Não Irá Destruir Boletins de Voto Devido a Vandalismo

Maputo Não Irá Destruir Boletins de Voto Devido a Vandalismo


Embora a destruição dos boletins de voto das eleições gerais de outubro em Moçambique tenha sido agendada para 17 de janeiro, a cidade de Maputo não cumprirá a deliberação devido à destruição do armazém onde estavam armazenados os documentos.

"Não temos nada para destruir, porque o armazém foi destruído durante as manifestações", afirmou Ana Chemane, presidente da Comissão de Eleições da Cidade de Maputo, em entrevista à Lusa.

O armazém foi vandalizado por apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, após o Conselho Constitucional proclamar Daniel Chapo como vencedor das eleições, com 65,17% dos votos. Mondlane, que obteve 24,19%, rejeitou os resultados, levando a protestos violentos que culminaram em saques e destruição de propriedade pública.

A deliberação da Comissão Nacional de Eleições (CNE) previa a destruição de boletins de voto válidos, nulos, em branco e contestados sob a supervisão de representantes de partidos, observadores e cidadãos. As Comissões Provinciais de Eleições são responsáveis por relatar o cumprimento da medida até 22 de janeiro.

Eleições Disputadas e Clima de Tensão
As eleições de 9 de outubro, que também escolheram deputados e governadores provinciais, registraram uma participação de cerca de 50% dos 17,1 milhões de eleitores recenseados.

Apesar de reconhecer irregularidades, o Conselho Constitucional declarou que elas não afetaram o resultado final. No entanto, os protestos contra o processo eleitoral continuam desde outubro, resultando em mais de 310 mortos e 600 feridos, segundo organizações da sociedade civil.

Com a posse de Daniel Chapo como Presidente, o futuro político de Moçambique permanece incerto, enquanto a oposição segue desafiando a legitimidade dos resultados em meio a apelos por diálogo e reconciliação nacional.
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