Empresa Nacional Perde Mais de 59 Milhões de Meticais em Cargueiro Inativo
O avião, um Boeing 737-300F com capacidade para 17 toneladas, foi integrado à frota da LAM em março de 2024
A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) vê sua reputação abalada por mais um episódio controverso, que envolve desperdício financeiro e gestão questionável. Um cargueiro alugado pela companhia, anunciado com grande entusiasmo para impulsionar o transporte de carga no país, será devolvido sem jamais ter realizado sequer um voo comercial.
O avião, um Boeing 737-300F com capacidade para 17 toneladas, foi integrado à frota da LAM em março de 2024. O contrato de leasing do cargueiro custava 93 mil dólares por mês, totalizando aproximadamente 930 mil dólares (mais de 59 milhões de meticais) até a devolução. Contudo, a aeronave permaneceu inoperante no Aeroporto Internacional de Maputo devido a questões técnicas.
Uma das razões para a devolução é a falta de certificação da Boeing, necessária após modificações estruturais realizadas no avião. Este erro de planejamento comprometeu o plano estratégico anunciado durante a reestruturação da LAM, sob a gestão da Fly Modern Ark, cujo contrato com o governo foi encerrado em setembro de 2024. A expectativa era que o cargueiro iniciasse operações no dia 25 de março de 2024, com a promessa de aumentar a receita da empresa em até 90%, o que nunca ocorreu.
Durante a apresentação do projeto, o então Vice-Ministro dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone, destacou o objetivo de dinamizar o mercado de transporte aéreo de carga, oferecendo melhores tarifas e beneficiando empresários nacionais. O avião deveria operar duas vezes por semana, conectando províncias moçambicanas e destinos internacionais, como África do Sul e Tanzânia.
O fracasso do investimento, agora transformado em prejuízo, é mais um golpe para a LAM, que continua lutando para reverter sua situação financeira e recuperar a confiança do mercado.
