Arlindo Chissale: Rapto Encomendado?
Jornalista Arlindo Chissale Desaparece em Cabo Delgado: Indícios de Rapto com Motivações Políticas
O desaparecimento de três apoiantes do político Venâncio Mondlane, incluindo o jornalista e delegado político do partido PODEMOS, Arlindo Chissale, na província de Cabo Delgado, está a gerar grande preocupação e suspeitas sobre raptos encomendados.
Desaparecimento de Arlindo Chissale
Arlindo Chissale foi visto pela última vez no dia 7 de janeiro, quando viajava de Pemba, em Cabo Delgado, para Nacala-Porto, na província de Nampula. Segundo familiares, o último contacto ocorreu às 17 horas, quando ele informou estar num transporte público, passando pela localidade de Silva Macua, no distrito de Ancuabe. Desde então, todas as tentativas de contacto foram infrutíferas, pois os telemóveis do jornalista estão desligados.
Macário Chissale, irmão do desaparecido, acredita que o caso tenha motivações políticas devido à sua ligação ao partido PODEMOS e ao apoio a Venâncio Mondlane. "Suspeitamos de um rapto, e estamos abalados, mas ainda esperamos, ao menos, pelo corpo, se ele estiver morto", declarou Macário.
Outras Desaparições no Partido PODEMOS
O delegado político do PODEMOS em Cabo Delgado, Singano Assane, afirma que além de Arlindo Chissale, outros membros do partido também desapareceram em circunstâncias semelhantes. Entre eles estão um mobilizador de Machoca, em Namuno, e Eduardo Pascoal, residente em Pemba, que foi capturado a caminho de Montepuez.
"A perseguição a membros do PODEMOS tem se intensificado. Não sabemos até onde isso vai chegar", lamentou Assane, destacando os riscos enfrentados por simpatizantes do partido.
Polícia Afirma Não Ter Registos de Desaparecimentos
Em resposta, a polícia em Cabo Delgado declarou desconhecer os desaparecimentos. O porta-voz Aniceto Magome afirmou que nenhuma queixa formal foi apresentada sobre o sumiço de membros do PODEMOS ou de qualquer outro partido. Magome recomendou que os familiares formalizem a denúncia para que as investigações possam ser conduzidas.
Contexto de Violência
A crescente tensão política em Cabo Delgado é marcada também por homicídios de membros do PODEMOS. No dia 3 de janeiro, um chefe de mobilização foi morto a tiro em Montepuez, e outro militante foi assassinado na aldeia de Ntutupue, no distrito de Ancuabe, por autores ainda desconhecidos.
A situação reforça preocupações sobre a segurança e as liberdades políticas na região, levantando questões sobre o papel das autoridades na proteção dos direitos fundamentais.
