Analistas Questionam Recomendações do Conselho de Estado e Veem Tentativas de Contenção dos Protestos
Em Moçambique, as recentes recomendações do Conselho de Estado ao presidente Filipe Nyusi para rever a legislação eleitoral e despartidarizar os órgãos eleitorais geraram ceticismo entre analistas políticos. Eles compartilham que as sugestões têm o objetivo principal de conter as manifestações contra os resultados das eleições de 9 de outubro de 2024.
Os protestos, liderados por Venâncio Mondlane, ganharam força em várias regiões do país. O analista político André Bila classificou o comunicado do Conselho de Estado como “uma farsa”. Segundo ele, a proposta não apresenta mudanças reais e visa apenas interromper os protestos: "Se as manifestações pararem, tudo volta ao normal."
O jornalista e analista político Tomás Vieira Mário também expressou frustração. "Fiquei profundamente decepcionado com o comunicado. É algo óbvio há mais de 15 anos, e nada de concreto será feito para resolver os problemas estruturais", afirmou.
Por outro lado, Boaventura Cossa, também analista político, destacou que o reconhecimento da necessidade de despartidarizar as instituições públicas é um passo importante, mas insuficiente se não houver ações efetivas. “A profissionalização dos órgãos de administração eleitoral é essencial para superar a crise atual”, disse Cossa.
Enquanto isso, o país aguardava com ansiedade o pronunciamento do Conselho Constitucional sobre os resultados eleitorais, que deram a vitória ao candidato da Frelimo. As manifestações continuam sendo vistas como um reflexo do descontentamento popular diante da alegada falta de transparência no processo.
