Conselho Constitucional de Moçambique reforça compromisso com a "verdade eleitoral"
Conselho Constitucional promete análise rigorosa das eleições em Moçambique, enquanto partido PODEMOS questiona transparência do processo.
O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique anunciou que não recebeu nenhum recurso contencioso relacionado às candidaturas presidenciais, mas prometeu analisar os resultados eleitorais com rigor para assegurar a "verdade eleitoral". A declaração foi feita pela presidente do CC, Lúcia Ribeiro, durante reunião com membros do partido PODEMOS.
Os resultados das eleições de 9 de outubro, divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), deram vitória a Daniel Chapo, da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), com 70,67% dos votos. No entanto, Venâncio Mondlane, candidato apoiado pelo PODEMOS, contesta os números e lidera manifestações contra os resultados. Desde 21 de outubro, protestos violentos resultaram em 110 mortes e mais de 300 feridos, conforme dados da ONG Plataforma Eleitoral Decide.
Durante o encontro, Lúcia Ribeiro destacou que, mesmo sem contestações formais, o CC está a comparar atas e editais da CNE com os dos partidos políticos para garantir um processo eleitoral transparente. “Estamos a verificar minuciosamente, mesmo sem termos recebido recursos formais,” afirmou.
Albino Forquilha, líder do PODEMOS, expressou dúvidas sobre a transparência do pleito e afirmou que o partido submeteu documentos que apontam irregularidades. "Até agora, não há segurança de que haverá verdade eleitoral," declarou Forquilha.
Os resultados finais das eleições presidenciais ainda dependem da validação pelo CC, prevista para ocorrer até o fim do ano. Enquanto isso, o país permanece dividido, com protestos em várias regiões, colocando em pauta a credibilidade do processo eleitoral em Moçambique.
