Frelimo denuncia "intolerância política" e apela ao diálogo em Moçambique

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, acusou manifestantes de promoverem atos de violência, intimidações e destruição de propriedades durante protestos relacionados aos resultados das eleições gerais realizadas em 9 de outubro. Em comunicado divulgado após a 38.ª sessão da Comissão Política, o partido condenou veementemente as agressões e ameaças dirigidas aos seus membros e simpatizantes.

De acordo com o documento, “os atos de vandalismo, incluindo incêndios, saques e destruição de bens, configuram uma clara intolerância política". A reunião, que ocorreu em Maputo, foi presidida por Filipe Nyusi, líder da Frelimo e Presidente da República.

Protestos e contestação eleitoral

As manifestações, concentradas sobretudo na capital Maputo, foram organizadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). A CNE atribuiu a vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, mas o veredito final ainda depende de validação pelo Conselho Constitucional (CC), prevista para 23 de dezembro.

Mondlane afirmou que a decisão do CC determinará se o país “avança para a paz ou para o caos”. Enquanto isso, a Frelimo pede aos partidos políticos e candidatos que aguardem pelo pronunciamento oficial e reforça a necessidade de diálogo para assegurar a “paz, democracia e Estado de Direito”.

Intimidações e perda de liberdade

No comunicado, a Frelimo destacou preocupações com práticas coercitivas nos protestos, como a imposição de panfletagem em veículos. “Assistimos à intimidação e à intolerância, colocando em risco as liberdades que os moçambicanos conquistaram ao longo de décadas com muito sacrifício”, diz a nota. O partido reafirmou sua oposição a qualquer ação que prive os cidadãos do exercício pacífico dos seus direitos e liberdades.