Diretor e familiares detidos por corrupção em Nampula

Diretor e familiares detidos por corrupção em Nampula


Em Nampula, o Gabinete Provincial de Combate à Corrupção (GPCCN) prendeu Gil de Carvalho, ex-diretor dos Serviços Provinciais de Infraestruturas, junto com sua esposa e cunhado, sob a acusação de envolvimento em esquemas de alienação irregular de bens públicos. A operação também resultou na detenção do ex-chefe da Administração do Parque Imobiliário do Estado (APIE) em Nampula.

De acordo com Aristides Maezena, porta-voz do GPCCN, as prisões são resultado de uma investigação iniciada após denúncias sobre desvios entre 2022 e 2024. Durante esse período, imóveis do Estado foram ilegalmente transferidos para particulares nas cidades de Nampula, Nacala-Porto e Angoche, causando prejuízos financeiros consideráveis.

"Identificamos que três dos oito imóveis já estavam registrados em nome de familiares do então diretor e do chefe do APIE", declarou Maezena, destacando a complexidade do esquema.

Mais envolvidos e novos indícios

As autoridades afirmam que as investigações continuam e que há sinais de envolvimento de outros suspeitos. O caso também envolve crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

"Estamos analisando novos elementos que apontam para práticas de branqueamento de capitais, o que amplia a gravidade do caso", explicou Maezena.

Reflexos da corrupção sistêmica

Gamito dos Santos, especialista em Direitos Humanos, considera essas detenções um reflexo da corrupção enraizada no sistema público. Ele acredita que muitos outros casos semelhantes permanecem ocultos.

"Este é apenas um exemplo de grupos que tentam se beneficiar sozinhos e acabam sendo expostos", comentou o analista.

Contexto político

As detenções ocorrem num momento de mudança na liderança do Ministério Público, com Américo Julião Letela assumindo o cargo de Procurador-Geral da República em substituição a Beatriz Buchili. Apesar disso, especialistas descartam qualquer relação entre as prisões e a nova gestão, alegando que o caso já vinha sendo investigado antes.

A corrupção continua a ser um desafio crítico para Moçambique, com este caso servindo como mais um exemplo do impacto devastador desses crimes sobre os recursos públicos.
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